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Sequestro virtual com fotos falsas criadas por IA

Confira a nova coluna do doutor em Comunicação e Linguagens, Moisés Béio Cardoso

Os golpes digitais evoluem rápido, e o sequestro virtual, um dos mais antigos no Brasil, acabou de ganhar uma versão mais perigosa com a ajuda da inteligência artificial. 

Agora, além da ligação desesperadora dizendo que alguém da família foi sequestrado, os criminosos estão enviando fotos falsas criadas ou alteradas por IA para convencer a vítima de que o sequestro é real.

Essa nova etapa deixa o golpe muito mais convincente, especialmente para quem não está acostumado a identificar manipulações digitais.

A seguir, explicamos como funciona o golpe, por que ele se espalhou e como você pode se proteger. Fique com a gente e boa leitura!

Como funciona o golpe?

O sequestro virtual segue uma lógica que já é conhecida das autoridades, mas agora com ferramentas mais sofisticadas:

  • A vítima recebe uma ligação inesperada, normalmente de um número desconhecido;
  • O golpista se passa por um sequestrador e afirma que um parente foi levado;
  • Para aumentar a pressão emocional, exige que a pessoa não desligue o telefone e mantenha a ligação aberta;
  • Em vez de apenas gritos ou áudios falsos, eles enviam imagens manipuladas por IA;
  • O objetivo é o mesmo: criar pânico, impedir que a vítima raciocine e forçar uma transferência via Pix;
  • Em alguns casos, golpistas também usam voz clonada por IA para simular o parente supostamente sequestrado, ampliando ainda mais o realismo.

Como as fotos falsas são criadas?

A popularização da inteligência artificial tornou muito fácil mexer em fotos, inclusive de maneira extremamente realista.

Ferramentas gratuitas disponíveis na internet permitem: trocar cenários, adicionar machucados falsos, alterar expressões faciais, sobrepor rostos em outras imagens e criar fotos totalmente do zero.

E como os criminosos conseguem as fotos da vítima? Na maioria das vezes, através de perfis abertos nas redes sociais, onde há selfies, fotos de viagens, familiares e até informações pessoais.

É material suficiente para montar uma imagem falsa convincente em poucos minutos.

Sinais de alerta para identificar o golpe

Mesmo com imagens realistas, existem maneiras de identificar que você está diante de um sequestro virtual:

1. Número desconhecido e ligação sem identificação – Geralmente começam com áudio confuso e pedidos urgentes;

2. Pressão psicológica intensa – Gritos, choros, ameaças e frases como “não desligue” são comuns;

3. Pedido de dinheiro rápido via Pix – Golpistas sempre exigem pagamento imediato;

4. Fotos “estranhas” enviadas por WhatsApp – Mesmo as imagens feitas por IA podem apresentar sinais como: fundo borrado, sombras incoerentes, mãos deformadas, objetos tortos ou luz fora do padrão;

5. Proibição de verificar a história – Se o golpista diz “se desligar, ele morre”, é quase certo que é fraude.

Como se proteger?

A prevenção é simples e começa pelo básico:

1. Restrinja suas redes sociais – Evite deixar seu perfil totalmente aberto ao público. Quanto menos fotos disponíveis, menos material para o golpista manipular;

2. Combine uma palavra-chave com a família – É uma tática adotada em vários países. Escolham uma palavra ou frase secreta. Se surgir uma situação suspeita, você pede essa palavra e os golpistas não terão;

3. Não faça pagamentos sob pressão – Golpistas trabalham no emocional. Faça uma pausa e tente verificar a situação;

4. Desligue e tente contato direto com o parente – A maioria dos golpes desmorona nesse momento;

5. Não compartilhe seus dados pessoais facilmente – Quanto mais informação circula, mais fácil personalizar golpes.

O que fazer se você receber uma ligação suspeita

Mantenha a calma, respire fundo e desligue imediatamente, não negocie. Ligue para o parente que supostamente estaria sequestrado.

Salve o número e registre um boletim de ocorrência. Alerta familiares, especialmente pessoas idosas, que são mais vulneráveis.

Essas ações simples ajudam a evitar prejuízos e impedem que o golpe se espalhe.

Por que esse golpe está se tornando tão comum

A combinação de três fatores explica o crescimento:

1. IA fácil e gratuita – Qualquer pessoa hoje consegue manipular fotos em segundos usando ferramentas disponíveis na internet;

2. Exposição excessiva nas redes sociais – Quanto mais fotos abertas, mais material para golpistas;

3. Lucro rápido e baixo risco – O golpe exige pouca estrutura e gera alto retorno financeiro. 

A tendência, segundo especialistas em segurança digital, é que esses golpes se tornem mais frequentes à medida que a IA continua avançando.

E isso deixa muita gente vulnerável, especialmente quem não conhece as técnicas usadas pelos criminosos. 

Para saber mais detalhes, confira o vídeo:

Saiba mais sobre Moisés Béio Cardoso

“Sempre fui apaixonado pelas temáticas que envolviam a comunicação: vídeos, fotos, revistas, e eventos.”, diz Moisés Béio Cardoso, doutor em comunicação e linguagens. Ele nasceu em Blumenau no ano de 1977 e se destacou na área de comunicação e tecnologia.

Atualmente, ele é consultor de comunicação digital e palestrante. Além disso, atua como investidor e Trader na B3.

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