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Fevereiro Roxo: os animais não envelhecem, eles se tornam clássicos

Confira a nova coluna do médico veterinário clínico e cirurgião, Dr. Carlos Sansão, no Portal da Cidade Blumenau

Me apropriando brevemente desta frase da chamada, hoje eu falo sobre o Fevereiro Roxo, de conscientização sobre os cuidados com a saúde do pet idoso de forma geral e com foco nas doenças mentais. Ou seja, as doenças neurodegenerativas das quais os animais também sofrem.

Como médico veterinário geriatra, o questionamento que mais me fazem é: quando saber que o pet é idoso? É importante saber que o processo de envelhecimento de cães e gatos tem suas individualidades e ainda há diferenças no processo de envelhecimento que estão relacionadas à raça e ao porte do animal também. Mas, de forma geral, os pets de pequeno porte entram na fase senil por volta dos 10 anos de idade. Já aqueles de porte grande, a senilidade chega antes, por volta dos 7 anos de idade. 

As principais características que podem ser percebidas no animal, quando ele está ficando idoso são pelinhos brancos onde eram escuros, aparecimento de sinais na pele e a letargia nas atividades diárias. Ou seja, a menor velocidade para caminhar, dificuldades para movimentos que antes eram rápidos, aumento do tempo deitado ou dormindo e também as mudanças de comportamento. Os tutores e responsáveis irão perceber, muitas vezes, os olhos esbranquiçados, que é o início da catarata ocular, que é uma doença que precisa ser prevenida.

Quando falamos de conscientização e cuidados, lembramos que a prevenção deve iniciar enquanto ele é jovem e adulto. E não somente de consultas e análises clínicas que são as prevenções. Muito da prevenção e dos cuidados devem partir de ações dos tutores e responsáveis, que vão dos cuidados com a alimentação, atividades físicas, cuidados relacionados à ambientação e o dia a dia do pet, pois quando a fase idosa chegar, este animal pode ser favorecido por não estar debilitado. 

Por isto, é tão importante o acompanhamento de um profissional médico veterinário com foco na geriatria, pois o tutor ou responsável poderá contar com este profissional para o acompanhamento e orientações para o dia a dia do pet e, inclusive, estabelecer um cronograma de acompanhamento. A importância disso está relacionada à evolução das etapas da vida dos pets, que é mais rápida que dos humanos, considerando uma média variável que, para cada um ano vivido de uma pessoa, foram quatro anos vividos pelo pet. Então, nesta média, se você deixa o seu pet um ano sem check-up ou avaliação médica, ele está deixando de ter um acompanhamento equivalente a quatro anos.É muito tempo e quando o pet entra na fase senil, o avanço é ainda maior e o declínio da idade é mais rápido. 

Então, minha sugestão é que na fase idosa, o pet tenha um acompanhamento profissional geriatra, de quatro em quatro meses, aproveitando estes encontros para intercalar os exames de sangue, de imagem, avaliação de cardiologista, nefrologista e outros especialistas. Facilitando, assim, o diagnóstico de algo que pode ter aparecido e ser tratado no início. E, também, profissionais focados na estrutura física do pet e articulações, como ortopedistas e fisioterapeutas, importantes para a continuidade e estimulação do caminhar, do exercitar, tão importantes para a independência locomotora, pois os pets precisam de movimento sempre.

Considerando esta necessidade, os tutores e responsáveis precisam estar dispostos à ambientação, usando tapetes emborrachados em locais onde o piso é muito liso, rampas e escadinhas para o pet transitar por onde é acostumado e, talvez, não dê mais conta de subir ou descer.

Evitar também a troca de móveis ou colocar novos móveis no caminho de pets que estejam com dificuldade visual. Já aqueles que são acostumados a fazer suas necessidades fisiológicas durante passeios na rua, poderão, com o passar da idade, precisar de um colo ou encurtar caminho, já que podem cansar mais rápido ou sentir dificuldade de caminhada longa. 

Outro ponto importante durante a fase idosa do pet, é atenção ao que chamamos de polifarmácia, que é o uso de inúmeros e diferentes remédios e suplementos que o idoso consome. Num atendimento focado geriátrico, o profissional faz avaliação se não há remédios ou suplementos conflitantes ou superdosagem de compostos que estejam em remédios similares, também observando a melhor forma para ser consumido, já que alguns pets são relutantes com cápsulas e comprimidos.  

Lembrando sempre que o prolongamento do tempo de vida do animal precisa ser com qualidade. 

Ficou com dúvida ou tem outra curiosidade sobre o assunto? Envie mensagem para o Portal da Cidade Blumenau ou no meu Instagram @vetcarlossansao.

Confira mais detalhes no quadro Pet Mix, do Jornal da Mix:

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